Representantes da confederação sindical do Luxemburgo OGB-L
pediram à ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, a colaboração de
Portugal na formação profissional dos emigrantes portugueses naquele país.
"Temos um problema muito concreto: os portugueses falam a língua portuguesa,
mas não falam as outras. Os professores (da formação profissional) são todos de
língua luxemburguesa, francesa ou alemã. Como é que vão comunicar?", questionou
Carlos Pereira,
dirigente da OGB-L, à saída de uma reunião com Helena André, que decorreu em
Lisboa no final de Janeiro
"Porque não fazer uma colaboração mais forte com Portugal para levar técnicos
que possam dar formação profissional em português", acrescentou o mesmo
responsável. Na base da preocupação da OGB-L em dar formação profissional aos
emigrantes portugueses está a taxa de desemprego que afecta a comunidade. "Dos
20 mil desempregados (no Luxemburgo) uma terça parte é de nacionalidade
portuguesa", indicou. O sindicalista disse ainda que encontrou uma
"receptividade positiva" por parte da ministra Helena André para colaborar na
questão da formação profissional e sublinhou que, do lado luxemburguês, "todas
as portas estão abertas" para que seja encontrada uma solução com Portugal.
Também presente na reunião esteve o secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da
Silva, defendeu que a formação profissional é necessária para dar "resposta a
uma nova geração de trabalhadores" migrantes. "A nova geração chega ao
Luxemburgo com trabalho imediato, mas muitas vezes acaba no desemprego e a
formação que têm é insuficiente", afirmou.
Referindo-se aos esforços do Luxemburgo para tentar resolver o desemprego entre
a comunidade portuguesa, Carvalho da Silva disse que pode ser "usado como um
exemplo" para outras comunidades. Na reunião foram também debatidas questões
ligadas à segurança social, às reformas dos emigrantes portugueses e à
aprendizagem da língua.
Residem oficialmente no Luxemburgo 80.951 portugueses, dos quais 3.700 estão
desempregados, segundo dados oficiais.
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