O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas (CPCP)
registou sexta-feira "as garantias" dadas pelo Governo e pela
presidente do Instituto Camões para a manutenção do ensino do português no
estrangeiro enquanto língua materna dos emigrantes.
Após três dias de reuniões em Lisboa, o Conselho Permanente aprovou um Programa
de Acção para 2010 orientado por "seis eixos operacionais", um dos
quais no sentido de "prosseguir esforços para que a nova lei sobre o
sistema eleitoral referente às comunidades contemple disposições que harmonizem
a realização dos diversos actos eleitorais e inclua disposições diversificadas
que facilitem a participação eleitoral das comunidades".
No final dos trabalhos no Parlamento, Fernando Gomes (presidente do CPCP) e
António Fonseca (vice-presidente) divulgaram o Programa de Acção para 2010 que
prevê também a apresentação de "propostas em matéria de reforço
associativo nas comunidades, em particular na vertente de formação dos jovens
dirigentes que visem salvaguardar e renovar as estruturas associativas nas
comunidades".
De igual modo, foi decidido "prosseguir esforços para que o CCP tenha
representação no Conselho de Opinião da RTP".
No documento final do CPCP, a que a Agência Lusa teve acesso, ficou ainda
decidido "acompanhar a prossecução das atribuições dadas pelo novo
regulamento consular aos responsáveis das missões diplomáticas em matéria de
promoção cultural, social e protecção ao cidadão e que seja feito o
acompanhamento da implementação das atribuições previstas no novo regulamento
consular.
Acompanhar a prossecução do Programa Nacional do Ano Europeu de Combate à
pobreza e à Exclusão Social é outro dos eixos operacionais aprovados pelo CPCP.
Quanto ao ensino do português no estrangeiro como língua materna, os
responsáveis do CPCP registaram as garantias dadas pelo secretário de Estado
das Comunidades, António Braga, e pela presidente do Instituto Camões, Ana
Paula Laborinho, de que isso não vai acabar.
O CPCP decidiu, neste domínio, solicitar que seja realizado o acompanhamento
prioritário da "implementação da nova estratégia do Ensino do Português no
Estrangeiro (EPE) junto dos responsáveis das missões diplomáticas, de forma a
podermos transmitir as eventuais dificuldades encontradas na prossecução das
garantias dadas em matéria de continuidade do ensino do português como língua
materna junto das Comunidades.
Entre outros pontos importantes aprovados, está a consideração de que a
perspectiva apresentada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas
de que o CCP não terá dotação própria no orçamento do Ministério dos Negócios
Estrangeiros (MNE) é "inédita e grave".
O Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas decidiu usar das suas
competências e intervir junto dos órgãos de soberania para a lei sobre esta
matéria "seja respeitada e cumprida".
Por último, estando prevista uma revisão constitucional em 2011, ficou decidido
que o CPCP articulará com a sua Comissão da Especialidade e irá
"prosseguir a anterior reflexão do CPP no sentido da inclusão deste na
próxima revisão" da Lei Fundamental do país.
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