O estudo destaca um forte aumento do número trabalhadores estrangeiros com residência permanente (5% em relação ao mesmo período do ano anterior), principalmente de alemães, franceses e portugueses.
Aos 974 mil trabalhadores estrangeiros ativos com residência permanente na
Suíça, no 2° trimestre do ano passado, somam-se outros 282 mil (93% deles
fronteiriços ou com autorização temporária), conforme dados divulgados pelo
OFS. Estes diminuiram ligeiramente em relação a 2008 (-1,4%)
No entanto, a taxa de desemprego dos trabalhadores estrangeiros (7,2%) é o
dobro da dos suíços (3,1%).
Acordos bilaterais
O aumento do número de estrangeiros que trabalham na Suíça é marcante
sobretudo entre os provenientes dos países da União Europeia (UE). Isso ocorre
devido aos acordos bilaterais que a Suíça tem com a UE, entre eles, o de livre
circulação de pessoas. Segundo esses acordos, os europeus têm prioridade no
mercado de trabalho na Suíça, o mesmo ocorrendo com os suíços nos países da UE.
Em relação ao segundo trimestre de 2008, a porcentagem de europeus no mercado de
trabalho suíço aumentou 8,5%.
"Nos últimos seis anos, constatamos um aumento da força de trabalho
proveniente do estrangeiro; o pico foi de 2007 a 2008, com crescimento
de 5,8%", explica à swissinfo Silvia Perrenoud, da seção Trabalho e
Ocupação do OFS.
Além dos acordos bilaterais, outros fatores contribuíram para o aumento do
número de trabalhadores estrangeiros, como a crise econômica mais acentuada nos
países vizinhos da Suíça e a falta de mão de obra especializada, "por
exemplo, no setor da saúde", diz Perrenoud.
A progressão no segundo trimestre de 2009 foi particularmente importante entre
os trabalhadores alemães (+18% ou + 25 mil), franceses (+9,7% ou + 5 mil) e
portugueses (+9,2% ou 11 mil).
Cerca de dois terços dos trabalhadores ativos de nacionalidade estrangeira (65%
ou 630 mil) vêm da UE. Se consideramos a nacionalidade, os trabalhadores
provenientes da Alemanha, da Itália e do Oeste dos Bálcãs (Sérvia, Montenegro,
Croácia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia e Albânia) são os mais representados,
com 17% cada um.
Formação superior
Dos estrangeiros ativos no mercado de trabalho na Suíça, 33% têm formação
universitária (entre os suíços, este percentual é 34%). Esse nível de formação
varia muito conforme a nacionalidade. Os mais númerosos são os alemães e
franceses (62% e 61%, respectivamente). A grande maioria dos profissionais de
nível superior, estrangeiros (71%) e suíços (76%), atuam no setor terciário.
Por outro lado, a taxa de desemprego dos trabalhadores estrangeiros (7,2%) era
o dobro da dos suíços (3,1%), no segundo segundo trimestre de 2009.
Por origem, as maiores taxas de desemprego são registradas entre imigrantes do
Oeste dos Bálcãs (9%) e de Portugal (6,8%).
Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch, aqui.