Mas enquanto na epopeia que nos tornou grandes, os descobrimentos, quem ia para fora era herói, a partir do momento em que isso passou a acontecer por causa da nossa pequenez e pobreza, quem emigrou sentiu-se muitas vezes desprezado pelo seu país que não lhe reconhecia o mérito. Depois de várias vagas de emigração, há já muito talento português espalhado pelo mundo. Muitos e variados talentos, de gente que tem o empreendedorismo no seu ADN. O que a rede social Star Tracker fez, nos dois últimos anos, foi reunir esses talentos, dar-lhes voz, mostrá-los uns aos outros e a Portugal. Esta rede, que funciona através da internet, já tem 31 mil membros, e vai tornar-se uma fundação. É uma iniciativa que nos faz ter esperança na força da sociedade civil de que tanto se fala. Resta agora que saia da forma e das cerimónias, ganhe dimensão prática: que as suas universidades, empresas e instituições aproveitem estes talentos que são no fundo, nossos. E que, do lado deles, se apague a mágoa que ainda possam sentir, e contribuam para um melhor futuro de Portugal.
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