A igreja portuguesa mais antiga nos Estados Unidos, que fica em New Bedford, no estado do Massachusetts, corre o risco de fechar em 2011, se até lá as suas missas não tiverem maior afluência e não for angariado o dinheiro suficiente para reparar o telhado roto.
A notícia já tinha vindo no semanário de língua portuguesa O Jornal, distribuído nos estados do Massachusetts e de Rhode Island. Agora foi retomada em plena época natalícia pela agência noticiosa Associated Press, tendo aparecido na sequência disso em jornais como o Boston Globe. O bispo católico George Coleman, da diocese de Fall River, diz que pode fechar a Igreja de São João Baptista e fundir esta paróquia com uma paróquia vizinha, se até 2011 não houver mais gente na missa e não forem obtidos os 1,5 milhões de dólares (cerca de um milhão de euros) necessários para fazer as reparações, tornar o espaço acessível a pessoas com dificuldades e pagar as dívidas actuais.
Esta igreja foi a primeira construída para os portugueses que emigraram para os Estados Unidos, que no século XIX começaram a chegar em massa a New Bedford, levados por navios daquela zona que iam aos Açores à procura de baleeiros e de óleo de baleia, na altura utilizado como combustível na iluminação de casas e ruas, lubrificante ou no fabrico de sabão.
A Igreja de São João Baptista abriu as portas em 1875, mas em 1908 o edifício original de madeira ardia. Reconstruída em granito, a igreja voltou a abrir em 1913 e é esse edifício que agora precisa de ser reparado.
Embora tenha lugar para 900 pessoas, as duas missas de domingo, em língua portuguesa e inglesa, têm agora entre 450 a 500 pessoas. Uma das razões para tal, segundo o actual pároco da Igreja de São João Baptista, John Oliveira, é o facto de chegarem bastante menos imigrantes portugueses aos Estados Unidos. Uma solução pode ser juntar esta paróquia com a da Nossa Senhora do Carmo, a cerca de um quilómetro de distância e onde John Oliveira é também padre. A morte e a mudança de paroquianos luso-americanos para outras zonas também não ajudaram muito. O fim da Igreja de São João Baptista é, no entanto, encarado com tristeza. "Isto significa a separação da família", diz George Ladino, cuja própria família frequenta esta igreja há mais de um século. "Temos de continuar com esta paróquia, porque os nossos antepassados trabalharam tanto para a ter."
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