Título: Emigração clandestina e mundo rural (1957-1974).
Investigadores: Marta Nunes Silva.
Áreas científicas: história (história contemporânea).
Centro/Rede de investigação: Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHC-FCSH/UNL).
Duração: 2010-...
Entidade/instrumento de financiamento: Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Observações: num quadro que se esboçava de importantes alterações na estrutura económica do país, onde até àquele momento prevalecia a hegemonia social, económica e política dos "senhores da terra", onde Salazar exaltava as virtudes de um modo de vida e de uma cultura popular associados ao ruralismo e com a predominância sectorial da agricultura, o estudo das estruturas fluídas e ilegais compostas por engajadores (ou juntadores), passadores e guias de emigrantes clandestinos, constituem um ponto de partida importante para compreender a sociedade rural que se redesenhava em finais dos anos 50 do século XX até à ruptura política de 25 de Abril de 1974.
As redes de emigração clandestina, cuja actividade se acentuou significativamente neste período - distinguindo-se dos agentes de engajamento e passagem para os destinos transatlânticos - e se desenvolveu sobretudo nos meios rurais, são um território privilegiado para conhecer melhor a penetração do Estado autoritário junto da população mais afastada do poder central. Neste sentido, procuramos analisar os diferentes actores envolvidos no processo de emigração e as diferentes estratégias, negociações e dinâmicas sociais construídas a nível local.