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Estudo analisa emigração lusa
2009-07-23
Fátima Tavares conversou com vários emigrantes para fazer a sua tese e descobriu que a saudade permanecerá sempre

Anaís Castrellón Castillo
anaiscastrelloncastillo@gmail.com

"Cartografía de la saudade y extrañeza social. Una exploración en el desapego y en el valor del emigrante portugués en Venezuela' é o nome da tese de Fátima Tavares, do ano passado, para obter o título de antropóloga na Universidade Central de Venezuela.

Para além de ter recebido uma menção honrosa, o trabalho é um amplo estudo da comunidade emigrante portuguesa, um encontro próximo com muitos deles, que lhe deram a possibilidade de recolher uma história de revalorização da saudade.

A motivação de Tavares na eleição deste tema tão ligado à comunidade portuguesa que reside na Venezuela tem duas vertentes, como explica. "Venho de uma família de portugueses, o meu pai é português e a minha mãe nasceu na Venezuela mas é filha de portugueses, e por isso as raízes são as mesmas. Mas há também a motivação profissional, porque a antropologia dedica-se a estudar o homem na sociedade e na cultura".

Isto explica, assim, a motivação desta jovem para levar a cabo o estudo, o mesmo que deseja publicar o quanto antes pois "a minha tese pode dar início a outros estudos, servir de motivação para que outras gerações de estudantes tenham esta base para realizar novos trabalhos".

Tavares fez uma análise exaustiva do tema eleito, e pôde descobrir, entre muitas outras coisas, o processo pelo qual passaram centenas de famílias emigrantes da República Portuguesa ao chegarem à Venezuela. Descobriu como muitos deles conseguiram integrar-se na sociedade venezuelana através da entrada dos seus filhos no colégio, altura em que começaram a ter contacto com famílias venezuelanas.

"Dei-me conta de que muitos deles conseguiram a inserção social quando os seus filhos foram para a escola, porque iam buscá-los e conheciam outras famílias venezuelanas - estabeleciam ligações -, para além de muitos deles terem aprendido a falar espanhol através das crianças, quando estas iam fazer os trabalhos de casa, o que é muito bonito, porque a aprendizagem não foi apenas de pai para filho", assegurou.

É por isso que faz um apelo às diferentes editoras do país, ou a quem esteja interessado a publicar este trabalho, pois pensa que há muito por saber, há informações que devem ser divulgadas.

Correio da Venezuela, aqui.

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