Macau, China, 5 out (Lusa) - A Casa de Portugal em Macau
quer aproveitar as comemorações pelos 100 anos da implantação da República
portuguesa, em 2010, para reiterar o dinamismo da comunidade portuguesa na
região administrativa especial chinesa, com um projeto local que priorize a
lusofonia.
Em entrevista à Agência Lusa, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António,
explicou que a intenção é "colocar Macau no circuito das comemorações do
100º aniversário da República portuguesa, aproveitando-se o momento para dar
maior visibilidade" à comunidade portuguesa radicada na região
administrativa especial chinesa.
"Queremos contrariar a ideia de que Macau não mexe com as questões
nacionais, pelo fato de estar geograficamente longe de Portugal, e mostrar que
a comunidade está viva e dinâmica, procurando formas de afirmar seu interesse e
capacidade de realização", afirmou Amélia António.
Sem querer dar detalhes dos projetos que estão sendo elaborados em Macau para
os 100 anos da República portuguesa, a presidente da Casa de Portugal disse que
o objetivo "é apresentar uma forma de criação local, diferente e autônoma,
que seja capaz de mostrar esse lado atuante e positivo da comunidade
portuguesa".
"Não queremos consumir o que se fará em Portugal, onde certamente estão a
ser planejados projetos para circularem pelas diferentes comunidades
portuguesas, mas queremos apresentar algo autônomo, que corra pelas restantes
comunidades espalhadas pelo mundo, terminando em Portugal", disse.
Para a presidente da Casa de Portugal, a iniciativa de Macau será um
"estímulo para as demais comunidades" lusófonas e, em relação a Portugal,
será, possivelmente, a forma "mais eficiente de mostrar que se alguma
coisa está esquecida não é deste lado, mas de quem não olha para o que se faz
por cá".
A Casa de Portugal em Macau lembrou nesta segunda-feira a implantação da
República com a entrega de prêmios aos melhores alunos de português da
Universidade de Macau, Instituto Politécnico, escola luso-chinesa e escola
portuguesa, num total de seis, e com um jantar no Clube Militar, durante o qual
o jornalista João Guedes falou do papel do ex-governador Carlos da Maia.
Para o jornalista, Carlos da Maia ainda é lembrado como um dos melhores
governadores de Macau (1914-1916), porque durante sua permanência no território
se tornou um dos mais dinâmicos líderes do local, fato reconhecido por
historiadores.
"Em um ambiente extremamente adverso, conseguiu desenvolver Macau na saúde
e educação, nomeadamente na construção de uma rede de escolas, algumas das
quais nas ilhas da Lapa e da Montanha que pertencem à administração da cidade
continental de Zhuhai", afirmou.
UOL Viagem-Lusa, aqui.