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Deputados eleitos por emigrantes luso lamentam abstenção
2009-10-08
Calcula-se que a abstenção tenha sido superior a 90%, a mais elevada da história.

Os quatro deputados eleitos em Portugal por cidadãos que moram fora do país lamentaram a elevada abstenção e defenderam a alteração do sistema de votação por correspondência.

Calcula-se que a abstenção tenha sido superior a 90%, a mais elevada da história, entre os cerca de 167 mil eleitores inscritos nos dois colégios eleitorais pela emigração: Europa e Fora da Europa.

Em declarações à imprensa, José Cesário, reeleito pelo círculo Fora da Europa, onde liderava a lista do Partido Social Democrata (PSD), disse que o atual sistema de votação por correspondência deverá ser substituído pelo voto eletrônico.

"Sabemos que este método, o voto por correspondência, não serve. Dissemo-lo há muito tempo. Em 2005, quando estávamos no Governo, testamos o método de voto eletrônico e pensamos que é um dos caminhos possíveis", disse.

"Acho que os partidos devem conversar e encontrar uma solução que permita uma maior participação neste tipo de eleições", defende.

Críticas

Carlos Gonçalves, também eleito pelo PSD, lamentou "o aspecto negativo de o número de eleitores ser extremamente reduzido".

De acordo com Gonçalves, existe uma "abstenção técnica nos votos da emigração", exigindo que o processo seja revisto pelo Ministério da Administração Interna.

"Porque não é normal. Porque só na França, em 66 mil eleitores, só 40 e poucos mil é que receberam o boletim de voto", destacou, acusando os consulados de "não fazerem o trabalho de casa", não atualizando o endereço dos eleitores.

Gonçalves lembrou ter sido, enquanto secretário de Estado do Governo português, quem lançou a experiência de voto eletrônico entre os emigrantes, método que voltou a defender.

O único deputado eleito pelo Partido Socialista foi o líder de lista pelo círculo da Europa, Paulo Pisco, que lamentou o fato de os socialistas terem ficado "a poucos votos de eleger o segundo deputado".

Paulo Pisco lamentou também a elevada abstenção e destacou o facto de muitos votos terem sido anulados.

"Há que ver que houve perto de 3.000 votos que foram anulados. Num universo de pouco mais de 26 mil votos é verdadeiramente excessivo e isto obriga a que este sistema (de votação) seja repensado", ressaltou.

Agência Lusa, aqui.

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