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Ministros das Finanças da CPLP reúnem-se para debater crise
2009-06-26

Lisboa, 27 jun (Lusa) - Os ministros das Finanças dos países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP) reúnem-se domingo e segunda-feira para debater estratégias conjuntas para responder aos efeitos da crise, mas há países que até se beneficiam com a recessão econômica mundial.

"Verdadeiramente, não sofremos com a crise", assume à Agência Lusa a ministra das Finanças do Timor Leste, Emília Pires, que explica que, uma vez que o país importa mais do que exporta, até "beneficia com a queda dos preços das matérias-primas". A previsão de crescimento econômico feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), aliás, mostra bem o desenvolvimento: 7,2% este ano e 7,9% em 2010.

Esta é, no entanto, a exceção à regra. Os governantes que chegam a Lisboa este fibal de semana para participar na Primeira Reunião dos Ministros das Finanças da CPLP trazem na bagagem situações bem diferentes: Portugal e Brasil não devem escapar à recessão, este ano, enquanto os restantes (Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste) apenas abrandam o crescimento. O FMI, aliás, prevê que em 2010 quase todas as economias acelerem o crescimento econômico.

"A crise financeira mundial terá apenas como consequência um fraco crescimento, mas não vai fazer o país entrar em recessão", analisa à Lusa o diretor do Centro de Estudos e Investigação Científica da Católica de Luanda, Alves da Rocha.

Cabo Verde, por sua vez, espera continuar a crescer apesar da crise, mas a ministra da Economia assume que o pais "foi afetado sobretudo no setor do turismo". Segundo as previsões do FMI, Cabo Verde crescerá 2,5% e 3% em 2009 e 2010.

Mais vulnerável está a Guiné-Bissau, a braços com a redução das transferências dos emigrantes e com a diminuição da ajuda internacional. À Lusa, o ministro das Finanças, Mário Vaz, é claro no discurso: "Um dos grandes problemas que temos é a redução das remessas da diáspora, por causa da crise". O outro, acrescenta, é a redução nas ajudas financeiras internacionais.

Moçambique, diz o FMI, está mais resistente, mas ainda assim é afetado. O ministro da Indústria e do Comércio, António Fernando, assume que "há uma retração dos investimentos estrangeiros por causa da crise", mas a preparação para a crise deu resultados. A primeira-ministra, Luísa Diogo, cortou nas regalias dos governantes e reduziu as viagens oficiais dentro e fora do país. "Tomamos um conjunto de medidas para mitigar os efeitos da crise, nomeadamente no corte das despesas correntes", destaca a primeira-ministra.

Apesar do crescimento de 5% neste ano e de 6% no próximo, prevê o FMI, o Governo de São Tomé e Príncipe não esconde as dificuldades: "A situação de crise econômica, financeira e social complexa e prolongada que o país vive agravou-se com a crise financeira mundial", diz o primeiro-ministro daquele país.

A escolha de prioridades foi, por isso, uma tarefa assumida publicamente. "Não podemos prometer tudo a todos, por isso escolhemos como prioridades a segurança alimentar e água, a energia e as infra-estruturas", diz o primeiro-ministro, concluindo que a principal tarefa é "identificar uma estratégia que tire partido do potencial geoestratégico do país".

Agência Lusa, aqui, acedido em 02 de Julho de 2009.

 

 

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