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Documentários lusos estão em festival ibero-americano no RJ
2009-06-17

Rio de Janeiro, 17 jun (Lusa) - Quatro documentários portugueses participam do 16° Festival Ibero-Americano de Cinema e Vídeo (Cinesul), que ocorre no Rio de Janeiro até o dia 28, e que proporciona uma panorâmica da produção cinematográfica da América Latina, Portugal e Espanha.

A mostra competitiva propõe 74 filmes de gêneros e metragens diferentes para votação do público, entre eles 18 longas-metragens de ficção e documentários, e 56 médias e curtas-metragens.

O documentário "Mulleres de Raia" (42 minutos), de Diana Gonçalves Domínguez é o único de produção portuguesa que concorre na mostra competitiva.

O filme é uma co-produção de Portugal e Espanha, narrando a viagem às fronteiras do Norte de Portugal e Galícia, retratando o contrabando local e a emigração clandestina.

Segundo a diretora Diana Domínguez, de apenas 23 anos, que está no Rio para o Festival, o documentário tem uma função de preservar a memória.

"Eu queria falar sobre a minha identidade, é uma parte incômoda da história, que faz lembrar tempos de miséria e pobreza, mas ela deve ser contada. Foi um aprendizado grande, acreditei no projeto que faz parte da memória", disse à Lusa Diana Domínguez ao citar que o tema do contrabando ainda é um tabu nas fronteiras.

Diana diz sentir-se afortunada pelo reconhecimento do seu trabalho. "Pelo simples facto de ter sido selecionada, para mim foi uma surpresa agradável", comentou.

O filme estreou em março no Festival PLAY-DOC e ganhou o prêmio da Imprensa para o Melhor Filme no festival Caminhos do Cinema Português, em abril, em Coimbra.

Para o coordenador do festival, Leonardo Gavina, a produção audiovisual portuguesa é desconhecida no Brasil. "Precisa de ser mais conhecida aqui"- salientou.

Gavina disse à Lusa que já está em contato com o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em Portugal, para a realização de uma mostra retrospectiva sobre a produção portuguesa. "Seria algo do tipo Portugal do século 21", adiantou.

O festival

A expectativa para o festival este ano é positiva: "O público vai ter acesso aos filmes com a entrada franca e os espaços são abertos a todos", detalhou.

"Já temos um público fiel", destaca, adiantando que o festival está adquirindo mais adeptos do público jovem. "Queremos atrair o público infantil com a exibição de filmes em escolas no subúrbio. Criamos um cineclube no interior do Estado do Rio com a preocupação de aumentar o novo público", acrescentou.

Além do circuito competitivo, o Cinesul apresenta as mostras paralelas com cerca de 150 produções e incluem o "Foco Espanha" com incentivo à produção de curtas de nomes do cinema espanhol, além de animação, o "Brasil Real" com documentários brasileiros sobre fatos curiosos e históricos de algumas das cidades do país e o "Cinesul Ambiental" com foco no meio ambiente.

E ainda, devido a uma grande procura de filmes do gênero musical, Gavina afirmou que a organização do festival optou por criar um panorama musical, o "Bossas Musicais" que traz a musicalidade de diferentes cantores, compositores, instrumentos, sons, ritmos de artistas brasileiros, chilenos, colombianos e portugueses.

Nesta mostra inserem-se os documentários dos portugueses Luis Fernandes "Cada aldeia, cada gaiteiro..." (80 minutos, 2008) e Luís Margalhau "Ritmos da Cidade" (de 37 minutos, 2008).

O primeiro é um documentário que dá voz à cultura dos gaiteiros, enquanto que o segundo é um projeto realizado na Casa da Música no Porto sob direção dos maestros ingleses em que grupos de várias idades e estilos fizeram uma fusão de ritmos demonstrando que a linguagem musical não tem barreiras.

Em "Palcos e Telas", que faz parte da mostra paralela com depoimentos de atores e diretores que traduzem o universo do cinema e do teatro, está a curta-metragem portuguesa "Anões, touros e palhaços", de Neni Glock (28 minutos, 2008), que critica às touradas.

Nesta edição do festival, os homenageados são o diretor argentino, Carlos Hugo Christensen, e os 50 anos do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográficos (ICAIC), que desde sua criação em 1959 se tornou uma referência para a produção audiovisual na América Latina.

Paralelamente à exibição dos mais de 220 títulos, o Cinesul prevê a realização de seminários, oficinas e encontros entre produtores, distribuidores, exibidores e personalidades da produção cinematográfica.

O Cinesul, que acontece desde 1994 no Rio Janeiro, é um festival empenhado na promoção do cinema independente da América Latina e da Península Ibérica.

Em 2008, 10 mil espectadores freqüentaram as mostras audiovisuais e os seminários. Para este ano, a expectativa da organização é manter o mesmo padrão de público.

Agência Lusa, aqui, acedido em 18 de Junho de 2009.

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