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Emigrantes reivindicam maior investimento do Estado no ensino da língua portuguesa
2012-11-03

Promotores socioculturais das comunidades lusófonas, reunidos em Fátima, alertaram hoje para o facto de os emigrantes quererem mais investimento do Estado na língua portuguesa.

A falta de investimento no movimento associativo existente nas comunidades portuguesas de emigrantes, a reduzida carga horária da disciplina do português, a ausência de professores e/ou as baixas remunerações dos docentes são algumas das queixas apresentadas hoje.

O "Encontro dos Promotores Socioculturais das Comunidades Portuguesas" - que começou na sexta-feira em Fátima e se prolonga até domingo - é promovido pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em parceria com a Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) e a Cáritas Portuguesa.

Dedicado ao tema "Conhecimento e partilha da realidade sociocultural das comunidades: identificação de potencialidades e necessidades", o painel de hoje discutiu a cultura e a educação.

"O mundo associativo espalhado pelo mundo é um setor completamente desperdiçado pelo Estado português", já que poderia "melhorar o ensino da língua e cultura portuguesa", sustentou um dirigente associativo radicado na Bélgica, Pedro Rupio, lembrando que para isso "bastaria vontade política".

Outro dos promotores socioculturais na Suíça, José Paulo da Costa defendeu que "o Estado não pode olhar para o ensino do português como uma despesa, mas como um investimento" e alertou para o facto de muitos professores de português estarem a pensar em regressar "devido aos salários, que são baixos e que muitas vezes só servem para pagar a casa e pouco mais".

"[Na África do Sul], o Governo português mandou para lá uns dos professores para ensinar os miúdos, mas só são uma hora por semana, o que não é nada e só serve, se calhar, para nos calar", criticou outro responsável associativo radicado em Pretória.

O diretor da OCPM, no final das intervenções que integrou também testemunhos de promotores socioculturais da Argentina, Venezuela e do Brasil, reforçou a ideia de que "o ensino da língua é fundamental e lamentou que o Estado e os sucessivos governos não tenham sabido investir nesta área".

Sales Diniz criticou ainda os conteúdos da RTP Internacional, por entender que poderiam ser um instrumento importante na estratégia cultural do Estado português.

"A maior vergonha que temos é a RTP internacional, que é de uma pobreza incrível de conteúdos", lamentou.
O ensino da língua e a promoção da cultura portuguesa no mundo é uma das missões do novo Instituto Camões.

A.23 online, aqui.

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