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Governo pede a luso-eleitos que passem a ideia de um Portugal inovador
2012-06-25
Dezenas de luso-eleitos foram hoje desafiados a levar para os seus países de acolhimento a ideia de um Portugal inovador, mas em troca pediram mais comunicação e coordenação, bem como a profissionalização das estruturas representativas das comunidades.

O segundo e último dia do I Encontro Mundial de Luso Eleitos, em Cascais, começou com uma intervenção do secretário de Estado do Empreendedorismo Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, que apelou à participação dos luso-eleitos.

"A mensagem é que temos um país que, apesar das dificuldades, tem uma dinâmica nova, tem talento disponível, pessoas disponíveis com qualificações do melhor que há no mundo, infraestruturas tecnológicas capazes de atrair investimento", disse o governante aos jornalistas à margem do encontro.

Para Carlos Oliveira, "é fundamental dinamizar estas redes de contactos" entre Portugal e a diáspora, não só para que as empresas portuguesas tenham acesso aos mercados no exterior, mas também para que as comunidades possam atrair a Portugal algumas oportunidades de cooperação.

"É fundamental disseminar esta mensagem de um Portugal do século XXI, que acredita naqueles que partiram e que são, eles próprios, empreendedores na diáspora", sublinhou.

O consultor Jorge Portugal apresentou "cinco sugestões de como a diáspora pode ajudar Portugal": Mostrar ao mundo que Portugal foi um dos países da Europa que nos últimos anos mais avançou em conhecimento e inovação; contribuir para a mobilidade entre universidades portuguesas e estrangeiras; atrair empresas portuguesas inovadoras para a diáspora; mobilizar investimento para Portugal e apoiar as empresas portuguesas que começam hoje a instalar-se nos mercados mais competitivos.

"O vosso apoio é muito importante. É acelerador e pode desbloquear muitas barreiras", disse o responsável perante dezenas de senadores, deputados e autarcas luso-descendentes na África do Sul, Estados Unidos, Canadá, França e Luxemburgo.

Para o senador do Estado de Nova Iorque Jack Martins, a intenção até já existe, mas falta coordenação e linhas de comunicação, exemplificando com o caso de uma empresa portuguesa que está a trabalhar no estado norte-americano onde é eleito, que até já tem alguns contratos, mas da qual soube "quase por acidente".

"Podia ter-lhes aberto portas, podia ter dado assistência. Mas não sabia, e eles também não sabiam (...) que podiam contactar o meu gabinete. Deve haver situações destas em toda a parte", disse, defendendo que devia haver um mecanismo que facilitasse o contacto.

Também Ana Bailão, vereadora na Câmara de Toronto, Canadá, referiu dificuldades, nomeadamente de falta de profissionalização entre as organizações da comunidade, que vivem sobretudo do voluntariado.

"É muito importante profissionalizar as nossas organizações", sublinhou a luso-eleita, exemplificando que enquanto a Câmara do Comércio portuguesa em Toronto não tem qualquer funcionário, a italiana tem nove, porque o governo italiano investe e apela às empresas que apoiem a instituição.

O deputado sul-africano de origem portuguesa Manny de Freitas não tem dúvidas de que "há um bloqueio entre os luso-eleitos e as organizações portugueses" e que o encontro de hoje "é um meio de começar a mudar isso". "Mas o trabalho agora é nosso, não temos de estar à espera dos governos", disse, afirmando que já está em curso a criação de uma rede de luso-eleitos espalhados pelo mundo.

Para o secretário de Estado das Comunidades, que organizou o encontro de luso-eleitos juntamente com o jornal Mundo Português, o objectivo do governo é precisamente esse: "O que nós desejamos mais é que as próprias comunidades criem as suas dinâmicas (...). Estamos muito empenhados em que, por exemplo, as redes (de luso-eleitos) sejam criadas por eles".

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