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Os rostos e talentos da nova emigração portuguesa
2012-05-10
É já considerada uma nova vaga, aquela que traduz a partida de milhares de portugueses para fora do País em busca de melhores condições. Mas ao contrário de outros tempos, hoje levam na bagagem qualificações e muito talento.

Carla Marina Mendes | cmendes@destak.pt

São cada vez mais jovens... e qualificados. E se o desejo é o mesmo - procurar lá fora o que Portugal é incapaz de oferecer -, muitos dos emigrantes portugueses de hoje são talentos que o País tende a desperdiçar. O Governo já o admitiu, através das palavras do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que confirmou serem cada vez mais os jovens «com grande preparação académica e científica» a trocar a terra que os viu nascer pelo desconhecido.

O País «está a perder massa cinzenta», reconhecia ainda a mesma fonte à agência Lusa. Resultado: perdem as empresas, perde a Economia, perde o País.

Não é fácil contar o número de lusos que deixam a pátria em busca de melhores oportunidades. Uma Europa sem fronteiras torna difícil as contas, mas não é preciso grandes cálculos para perceber que a saída de cidadãos nacionais está a aumentar.

Uma vaga que, dizem os especialistas, só é comparável ao êxodo assistido na década de 60. Mas com algumas diferenças. A qualificação é uma delas. Ao todo, fontes consulares estimam que no ano passado entre 100 mil a 120 mil portugueses tenham decidido fazer as malas e cruzar a fronteira. E muitos eram licenciados.

De acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, o aumento do número de portugueses com canudo que anularam a inscrição nos centros de emprego para emigrar chegou aos 49,5% entre 2009 e 2011. E embora os números revelem que estes são uma minoria no total da emigração, sair do País torna-se cada vez mais uma opção para os que não conseguem arranjar por cá emprego.

Uma outra diferença tem a ver com os destinos. Embora a entrada de cidadãos nacionais em países como a França, a Suíça ou o Canadá se mantenha, nos últimos cinco anos o aumento não tem sido muito expressivo, ao contrário do que acontece com outros países.

Brasil e Angola estão na lista dos destinos mais apetecidos desta nova vaga. No caso das terras de Vera Cruz, os dados do Ministério do Trabalho brasileiro revelam que, no ano passado, foram concedidos 1599 autorizações de trabalho a cidadãos nacionais, mais do dobro do verificado em 2010 (798). Na antiga ex-colónia africana é mais difícil obter dados, mas sabe-se que, em 2010, de acordo com o Observatório da Emigração, encontravam-se no país cerca de 95 mil portugueses. Uma situação resultante do crescimento económico verificado nestes dois exemplos, bem diferente do que se assiste em Portugal.

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