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PS quer saber se há orientação política do Governo de incentivo à emigração de jovens
2011-11-29
O deputado socialista Paulo Pisco considera que é "legítimo" pensar que a doutrina oficial do Governo é a de apelar à saída dos jovens portugueses como forma de contornar a crise em Portugal. Mas como se incentiva a emigração ao mesmo tempo que se fazem "violentos cortes" nas políticas destinadas às comunidades portuguesas, questiona a maior força da oposição.

Diogo Cavaleiro  - diogocavaleiro@negocios.pt

Partido Socialista considera que o apelo aos jovens portugueses para que emigrem é uma "doutrina oficial do Governo". 

Numa carta enviada ao primeiro-ministro, através da Assembleia da República, o deputado Paulo Pisco questiona se há uma orientação política do Executivo para este incentivo à saída dos mais jovens para fora do mercado laboral português, tendo como base as declarações de vários políticos nas últimas semanas. 

Tudo começou com o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, a dizer aos jovens desempregados para saírem da "zona de conforto" em busca de melhores condições fora do território nacional. O assunto continou com Miguel Relvas - a emigração de jovens qualificados pode ser "extremamente positiva" - e com o Centro de Emprego de Montemor-o-Novo - que aconselhou à emigração por Portugal não conseguir absorver os desempregados. 

Mas é mesmo a postura de Passos Coelho que mais "perplexidade" causa aos socialistas. Escreve o deputado que Passos Coelho não quis responder a uma pergunta numa entrevista da RTP sobre se aconselhava os jovens lusos a sair do país. O primeiro-ministro estava a passar a imagem de que deviam sair de Portugal para se sentirem realizados profissionalmente, assinala o socialista. 

"Torna-se assim legítimo concluir que estamos perante uma doutrina oficial do Governo", indica o documento, questionando, por isso, se há uma orientação política para esse incentivo. Ao todo, o PS deixa seis perguntas ao líder do Executivo português. 

O PS questiona também o Governo de Passos Coelho pelo facto de estar a impor "violentos cortes" nas políticas públicas dirigidas às Comunidades Portuguesas, como o fecho de postos consulares e o desinvestimento no ensino da Língua Portuguesa no estrangeiro. "Como é possível compatibilizar estas orientações?", pergunta-se o parlamentar eleito para a Assembleia da República pelo Círculo da Europa. 

"Não considera o Senhor Primeiro-Ministro que em vez de incentivar os jovens a partir seria mais justo implementar medidas de estímulo à fixação dos jovens?", é uma outra pergunta que faz parte do documento dirigido a Passos Coelho.

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