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Crise provoca inversão de papéis e Portugal pede apoio a Angola
2011-11-18

SÃO PAULO - Numa inversão de papéis em relação à época colonial, o primeiro-ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, disse que seu governo olharia "muito favoravelmente" para um possível investimento de Angola no programa português de privatização de ativos de 7 bilhões de euros.

"Queremos aproveitar este momento de crise econômica e financeira para fortalecer nossas relações bilaterais em diferentes setores de nossos países", disse Passos Coelho ontem em Luanda, onde se reuniu com o presidente angolano, José Eduardo dos Santos.

Logo após proclamar sua independência de Portugal em 1975, Angola enfrentou uma guerra civil que acabou somente em 2002. Nesses últimos nove anos, o país africano vem reconstruindo sua infraestrutura, impulsionado pela indústria petrolífera.

No ano que vem, deve crescer 12%, enquanto para Portugal a projeção é de uma contração de 2,8% do PIB. "Estamos cientes da dificuldade que o povo português tem enfrentado recentemente para pôr fim à crise", disse o presidente angolano. Segundo a agência de notícias local Angop, Santos afirmou que seu país está pronto para ajudar o ex-colonizador.

"Uma reversão de papéis dessa magnitude no período pós-colonial não tem precedentes", disse ao Financial Times o diretor do Instituto de Relações Internacionais e Segurança Português, Paulo Gorjão. "O desafio é tornar isso mutuamente benéfico para os dois países."

A crise tem levado muitos portugueses a emigrar para sua ex-colônia. De acordo com o observatório de emigração de Portugal, o número de portugueses em Angola saltou de 21 mil em 2003 para 91,9 mil no ano passado, enquanto o de angolanos em Portugal era de 26,5 mil em 2009, mil a menos que no ano anterior.

Além disso, companhias angolanas possuem fatias acionárias importantes em diversas grandes empresas e bancos portugueses. É o caso da petroleira Sonangol, principal acionista do Millenium BCP, um dos maiores bancos de Portugal. Na visita, Passos Coelho disse que não faria objeção caso a empresa queira comprar também uma fatia na portuguesa Galp Energia.

(Marcílio Souza | Valor, com agências internacionais)

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