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"O direito a emigrar é um direito fundamental"
2010-11-11

Por Bárbara Wong

O sociólogo do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) foi o primeiro investigador a fazer um trabalho sobre os retornados enquanto fenómeno migratório. É o coordenador do Atlas das Migrações e defende o desmistificar das ideias erradas sobre as populações migrantes.

Em tempo de crise, a imigração é importante para Portugal?

Sim. Não há a percepção dos riscos que estamos a correr, porque vamos precisar de mais activos para sair da crise. Não vamos ter possibilidade de sair da crise com uma população activa em declínio. Sempre que há crescimento económico, este é suportado pelo rejuvenescimento da população. Por isso, precisamos de população imigrante qualificada para colmatar as saídas dos quadros qualificados.

A "fuga de cérebros" é negativa para o desenvolvimento económico de Portugal?

Precisamos de mobilidade científica, precisamos que alguns regressem, mas também que existam políticas de incentivos à imigração de quadros qualificados. Os outros países europeus e os EUA incentivam os quadros a fixarem-se. Portugal e a Inglaterra têm taxas de emigração qualificada muito semelhantes, mas os ingleses conseguem compensar com a atracção de quadros de outros países e Portugal não. Precisamos de incentivos.

O Atlas pode ser usado na promoção de políticas públicas sobre migrações?

O Atlas é útil para o estudo das migrações e pode também ajudar em termos de políticas públicas. Directamente porque é fonte de informação e indirectamente, se contribuir para suscitar uma imagem menos receosa dos fenómenos migratórios. Apesar de tudo, Portugal não tem tido políticas agressivas relativamente à imigração. Quanto à emigração, não há nada a fazer, os Estados não podem ter políticas de emigração. O direito a emigrar é um direito fundamental.

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